Mais um, que qual verso culto Dente de coelho tinha, Animalejo tan rico, Que tem em casa uma mina. O grão Diogo Ferraz A quem Castella inimiga Mais que bravo no appellido Viu-se costa na valentia. Seis queijos para meus queixos Me deu com grão fidalguia, E foram para a memoria Nao achaque, mas mesinha. Os doces vos nao descrevo, Pois bem vedes que convinha Levar alforges de doce Um ingenho da Bahia. Só caminhei duas léguas, E porque rifões desminta, De vir mal acompanhado O vir tan só me nao livra. Na Boca de Sacavém Encontrei linguas malditas. Que mais que a Boca de larga. Tinham elas de compridas. Rico fora o meu barqueiro Mais que Cresso, mais que Midas, Se recolhera de juros O que de juras dizia.
Tomei terra, achei pousada; Chamei, respondeu Maria, Poz-se a meza, e sobre a meza Pao de segunda, e de prima. Agora, Apouquinho, agora Mandae, meu louro, que assista A poeta comedor Uma Musa comesinha. Comi dous Sanctatoninhos Com muyta fome excessiva, E ser então papa Sanctos Não foi certo hipocrisia. Despachei o pao primeiro, E o outro, que se seguia. Não estava todo trigo, Vendo fome tão canina. Pedi mais peixe, mais peixe, Poz rebondo a mocinha Pescada partida em postas E pela posta comida. Cuidareis lendo meus versos, Que jantei com alegria? Ah, que levei muitos tragos Por certas razões que tinha! Acabo pois de jantar, Nesta rima, e nesta rima Basta dizer a Deus graças. Sem que aos homens graças diga. Cavalguei num macho negro, Que já ser branco podia Posto que está nos seus treze: Bella idade para Nympha ! Caminhei de esporas, e botas, E sempre o moço dizia Nas tabernas: Lança, lança, Nas estradas: Pica, pica. Também fui só n'esta tarde Sem encontrar alma viva, Marianno do deserto, Nao Padre da Companhia. Perguntei: Ha que comer? Respondeu-se : Ha azevias: E temi, porque nao são A negros muito propicias. Comtudo doze comi, E dando-mas mui bem fritas, Me admirei de vir tam quente Peixe, que tam fresco vinha. Eram valentes as doze As doze mil maravilhas. Mas eu as deixei tao fracas, Que foram postas na espinha. N'uma caixa de perada Bem temperada e bem fma Já tocava a recolher, Porque marchar nao podia: Quando vossas saudades, E logo lagrimas minhas Deixaram qual peixe n'agua O peixe que em mim se via. Da céa me levantei, E porque o somno caía. Presto caminhei da Cêa, Com ser tam longe, a Caminha. Fim da Jornada: Laus Deo, E quem me não der um viva Morra de morte macaca Sem uma vela bugia. Jeronymo Bahia. — A Phenix Renascida, Lisboa 1746
Δευτέρα 9 Ιουνίου 2014
PERGUNTEI : HA QUE COMER RESPONDEU-SE HA AZEVIAS ? E TEMI PORQUE NÃO SÃO... A NEGROS MUITO PROPICIAS .... COMTUDO DOZE COMI .. .E DANDO-NAS MUI BEM FRITAS.
Εγγραφή σε:
Αναρτήσεις (Atom)